Com recentes casos suspeitos de gripe aviária registrados no Brasil, a preocupação volta a crescer, especialmente entre produtores rurais e autoridades sanitárias. A professora Camila Freitas, do curso de Medicina Veterinária da Estácio, esclarece os principais riscos da doença e destaca medidas essenciais de prevenção.

A gripe aviária é causada pelo vírus Influenza A, subtipo H5N1, que tem como principais hospedeiros aves domésticas e selvagens. No entanto, também pode ser transmitida a alguns mamíferos, incluindo os seres humanos — embora a professora ressalte que essa transmissão é considerada rara.

“A infecção ocorre principalmente por contato direto com secreções das aves, que entram em contato com nossas mucosas, como nariz e boca”, explica Camila. “As pessoas mais vulneráveis são aquelas que trabalham diretamente com aves, ovos ou materiais biológicos, como em granjas e laboratórios.”

Apesar da disseminação do vírus entre aves ser rápida e muitas vezes letal, o consumo de carne de frango e ovos continua seguro, desde que os alimentos sejam devidamente cozidos. “O vírus é eliminado em altas temperaturas, então não há risco ao consumir esses produtos prontos para o consumo”, garante a especialista.

A maior preocupação, segundo Camila, está nos impactos econômicos e sanitários. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, e a presença do H5N1 pode levar à suspensão das exportações e a prejuízos milionários. A entrada do vírus em granjas comerciais representa uma grave ameaça à produção nacional.

Além do prejuízo no setor agropecuário, há também o desafio de controlar a disseminação do vírus entre as aves migratórias, que muitas vezes não apresentam sintomas visíveis. Ainda assim, caso ocorra transmissão para humanos, os sintomas tendem a ser leves e semelhantes aos da gripe comum — febre, dor de garganta, mal-estar, tosse seca e coriza.

“O Sistema Único de Saúde (SUS) tem um plano de contingência ativo para esses casos e oferece tratamento gratuito com antiviral oseltamivir”, afirma Camila. “Não é motivo para pânico, mas sim para atenção e prevenção.”

Como forma de contenção, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) adota medidas rígidas, como o isolamento de áreas num raio de 10 km em torno do foco de contaminação e o descarte de aves e ovos suspeitos.

A professora reforça a importância de acionar as autoridades em casos suspeitos. “Se alguém encontrar uma ave morta ou com sinais clínicos como dificuldade respiratória, andar cambaleante ou torcicolo, é fundamental não tocar no animal e acionar imediatamente os órgãos responsáveis.”

Camila finaliza lembrando que, apesar do risco reduzido para humanos, a vigilância é fundamental. “A população deve seguir as orientações dos órgãos oficiais e os produtores precisam reforçar os protocolos de biosseguridade. É essa responsabilidade coletiva que vai garantir a proteção da saúde pública e da economia do país.”

Agência Brasil - Gripe aviária: tire suas dúvidas sobre doença que afeta aves

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